quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A culpa é do colchão ou do travesseiro?

A desagradável sensação de acordar travado das costas pode ser evitada

Dormir bem e acordar mal é uma situação que todos nós já experimentamos e não gostaríamos de repetir. Mas quando isso acontece, muitas vezes não sabemos o por que. Dormir de mau jeito, no colchão errado, com ou sem travesseiro, será que isso realmente interfere em como vamos acordar?

Muitos buscam o melhor colchão se dormir, tentam desvendar qual é a altura ideal do travesseiro ou qual a melhor posição pra dormir. Essas são dúvidas freqüentes que vamos tentar responde-las.

Primeiramente o tipo de colchão adequado é uma variável muito grande de acordo com a pessoa. Tem gente que se dormir em colchão mole só levanta carregado, outros não aturam dormir no duro de jeito nenhum, alguns passam a vida dormindo na rede sem reclamar e outros que tanto faz como tanto fez, conseguem dormir em qualquer lugar. Achar a sua posição com relação ao colchão mais adequado experimentado-os quando possível é a solução.

Quando falamos da melhor posição pra dormir, é sempre uma questão ambígua porque quase ninguém fica na mesma posição durante todo período do sono. De qualquer forma, ao dormir de bruços tendemos a tencionar o pescoço, que tem que girar para um dos lados, e a região lombar que se encurta pelo aumento da sua curvatura. Logo essa seria a posição menos recomendada para se dormir, mas é provavelmente a posição que mais se dorme por aí!

O travesseiro é um artefato indispensável para muitos de nós na cama. Ele é realmente importante para se dormir de lado, que muitos apontam como a melhor posição pra dormir, com um travesseiro de altura que mantenha o pescoço na posição neutra e outro entre as pernas na altura dos joelhos. De bruços ou e barriga pra cima o travesseiro já pode ajudar a tencionar-mos o pescoço.

Dormir de barriga pra cima com uma almofada grande e cilíndrica em baixo dos joelhos é bem confortável para a coluna e impede que se mude muito de posição, mas pode ser muito incômodo pra alguém que está por perto pois certamente vai gerar uma baita ronco! He he he.

Dormir é um momento de descanso, da mente e do corpo, mas muitas vezes não é o que acontece, isso quando conseguimos dormir. Se preparar pra dormir, é uma excelente dica para acordarmos bem. Tanto física como mentalmente. Fazer um leve alongamento antes de se deitar é muito importante para adquirir um sono mais profundo e prazeroso, pois não carregamos as tensões do dia pra cama. Entrar em contato conosco, respirar, quase que num processo meditativo na cama antes de dormir acalmando a mente também ajuda muito a descansar.

Quando estamos dormindo o nosso subconsciente toma conta do nosso corpo, por isso independente de como e onde estamos dormindo podemos gerar grandes tensões emocionais enquanto sonhamos e só vamos percebe-las ao acordar, muitas vezes totalmente travados. Por isso é importante nesses momentos lembrar dos sonhos, pode ser a chave para destravar você.

Comer antes de dormir é cruel! Principalmente comidas pesadas. Reparem que quando comemos bastante, ou ingerimos comidas que requisitem muita energia para serem digeridas, isso se refletirá num sono desgastante, com às vezes pesadelos e garantidamente dores nas costas no dia seguinte, independente do tipo de colchão ou travesseiro que se esteja utilizando.

Então percebemos que existem inúmeros fatores que influenciam nosso sono além do colchão e do travesseiro. Não que eles devam ser ignorados, mas com certeza é mais fácil culpar o coitado do colchão do que assumir a responsabilidade de estar com dores nas costas ao acordar. Pense nisso.

Axé.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

A dor é nossa amiga

Tratar somente dos sintomas é uma atitude ilusória que nos faz muito mal

A atitude contemporânea de tratar a saúde está voltada principalmente para uma grande vilã que vem sendo mal compreendida: a dor. Sentir dor é, na verdade, uma atitude protetora, direcionada à evolução.

Isso não é papo de masoquista. Sentir dor é desagradável, não recomendo a ninguém, mas antes de querer eliminá-la é preciso entender por que a estamos sentindo. Já diz o ditado: “Quem avisa, amigo é”. A dor funciona para nos avisar que algo não vai bem. Senão, como iríamos saber quando nos tratar?

Aprendemos que a dor é ruim e que devemos remediá-la o mais rápido possível. Hoje existem especialistas com a tarefa quase impossível de erradicá-la do mapa. Os “Pain-killers” estão cada vez mais eficientes. Mas a dor é muito importante para nossa saúde e precisamos aprender a usá-la em nosso favor.

Eliminar a dor ou qualquer outro sintoma não é tratamento, não é saudável e só prejudica ainda mais nossa saúde no médio e longo prazo. Devemos descobrir e tratar as causas da dor para ela desaparecer naturalmente.

Imagine uma casa que de repente começa pegar fogo. Em meio às chamas, o alarme dispara aquele som desagradável com toda força. Temos duas opções para fazer com que o alarme pare de soar. A primeira, rápida e superficial, é tirar as baterias, cortar o fio ou simplesmente desligar o alarme. O incômodo do som acaba imediatamente, mas a casa continua queimando. A outra opção é mais contundente e demorada: apagar o fogo.

Desligar o alarme antes do fogo ser apagado só faz sentido depois que chegarem os bombeiros. Mesmo assim, caso os bombeiros não descubram a causa do fogo, a casa pode voltar a queimar a qualquer momento e o alarme deve estar funcionando, apto a disparar em novo sinal de fumaça.

Por essa perspectiva, a escolha parece óbvia. Porém, em relação ao nosso organismo, não é sempre assim que atuamos. Quando utilizamos analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares, por exemplo, estamos desligando os sinais de que algo não vai bem em nós. Após os sintomas irem embora, não podemos achar que estamos realmente curados do mal que nos afligia.

Se encaramos a dor como ameaça, pensamos em fugir dela. Mas, se a entendemos como um sinal de que algo precisa ser transformado em nosso corpo, não precisamos mais temê-la. Qualquer disfunção do nosso organismo não surge de uma hora para outra. Enjôo, gastrite e leves pontadas no estômago são progressões até chegarmos a uma úlcera, por exemplo.

Aos que já estão habituados, não é preciso parar de tomar os remedinhos e fazer votos de sofrimento. Basta reconhecer que esta é apenas uma etapa inicial no tratamento de uma questão. Afinal, existem dores cuja necessidade de supressão é indiscutível, mas existem também aqueles incômodos que podemos aturar e utilizar como referência para a resolução direta de uma causa. O bom senso deve ser sempre o ponto de partida.

Quando sentir um mal-estar, pense que seu corpo está querendo lhe dizer alguma coisa e vá dialogando com ele. Assim, os incômodos dificilmente se transformarão em dores insuportáveis e você estará mais consciente de como anda sua saúde. Devemos procurar evitar os males que geram a dor, mas, se ela aparecer, o importante é tratar a causa.

Axé.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A poção mágica do dia-a-dia

Suco verde, ou suco da luz-do-sol: como preparar e por que tomar

Baseado nos preceitos da comida viva, apresento a receita de um elixir da saúde. O suco verde – que não é um suco específico, mas uma estrutura de suco com inúmeras variações – é capaz de potencializar a saúde em todos os níveis quando incorporado como uma refeição diária.

O melhor momento para tomar suco verde é, sem dúvidas, o desjejum da manhã. Mas é preciso que ele seja feito na hora e digerido sozinho. Além de líquido, o suco verde é 100% composto por alimentos vivos. Por isso, sua absorção pelo nosso organismo é rápida: em quinze minutos, o suco já está em circulação e não mais no estômago. É perfeito para ser tomado antes da prática de atividades físicas.

Este suco é um composto vivo que, administrado diariamente, garante uma boa saúde. Cheio de informações para nossas células, é uma fonte rica dos principais nutrientes que precisamos. Para fazê-lo, basta um liquidificador e uma redinha de nylon – além dos seguintes ingredientes:

Uma maçã sem os caroços, meio pepino grande, uma cenoura grande, um componente verde (folha de couve, espinafre ou um galho de aipo), um componente aromatizante ( hortelã, menta, funcho ou gengibre a gosto), uma outra raiz (½ inhame, ½ batata yacom, ½ batata doce ou 1 pedaço de abóbora) e uma porção de grão germinado (trigo, girassol, cevadinha, lentilha, linhaça, quinoa...).

O grão germinado é o agente biogênico, um ingrediente fundamental para o suco. Quando um grão entra em contato com a água, acontece a química da vida, a mesma que fecunda um óvulo por um espermatozóide. Desse grão, surgirá uma nova planta. Após o contato com a água, o broto precisa romper a casca da semente para crescer. É o momento em que se produz mais energia – e é essa energia que queremos agregar ao nosso suco.

Após oito horas de molho, a maioria dos grãos precisa ainda de dezesseis a 24 horas em contato com o ar para brotar. Somente então o adicionamos ao suco. Ou seja, o grão precisa começar a ser preparado com dois dias de antecedência. Cubra um copo com um pedaço de filó, que pode ser preso com um elástico, e deixe o grão de molho durante oito horas – preferencialmente, da noite para o dia. Ao acordar, incline o copo e deixe a água escorrer o dia inteiro. Antes de dormir, enxágüe os grãos novamente e deixe-os escorrer. No dia seguinte, pela manhã, estarão prontos para o suco.

Bata os ingredientes no liquidificador na seguinte ordem, usando a cenoura como “socador”: folhas, pepino cortado e o aromatizante escolhido; grãos, maçã, raiz e, por último, o resto da cenoura. Deixe bater até virar uma pasta uniforme. Em seguida, coloque a pasta na rede de nylon e esprema até sair todo o líquido, como se estivesse ordenhando uma vaca. A sobra é um bom adubo para a terra.

Beba o suco e sinta o leite da natureza, energia rapidamente sintetizada pelo organismo e informação preciosa para suas células. Fique no mínimo duas horas sem comer mais nada. O suco é um excelente substituto para o café-da-manhã do dia-a-dia. Parece uma tarefa árdua incorporar esse suco em nossa rotina. Mas, garanto, árduo é abrir mão do suco verde depois que nos acostumamos aos seus benefícios.

Axé.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Nosso crânio pulsa e a saúde agradece.

Um movimento quase imperceptível, mas fundamental para o ser humano.

Nossa cabeça parece ser uma caixa trancada de onde nada entra ou sai. Isso não é verdade. Todo nosso organismo é pulsante, vivo, com fluidos correntes. A cabeça não fica fora dessa.

Para proteger o cérebro e suas estruturas adjacentes, o crânio é realmente bem forte. No entanto, não é rígido. É importante para nossa saúde que ele expanda e contraia. Por suas membranas e canais, passam líquidos que nutrem suas estruturas internas.

Um chapéu apertado, se usado por muito tempo, pode restringir e até mesmo impedir o movimento natural do crânio de que tanto precisamos. Uma pancada na cabeça ou no sacro pode ter efeitos ainda mais graves.

O crânio não é um osso inteiriço, mas uma estrutura composta por doze ossos principais que se articulam – não da mesma forma que um joelho ou cotovelo, mas com um jogo articular que está ligado diretamente à respiração e é fundamental para nosso potencial de auto-cura.

Todos nós já ouvimos falar das meninges, que revestem o sistema nervoso central. Na membrana mais interna, circula o líquido cefalorraquidiano que banha o cérebro e a medula para nutri-los e protegê-los. Para que este líquido circule livremente pelo Sistema Nervoso Central é preciso que duas bombas – o crânio e o sacro – estejam funcionando no nosso corpo e não haja obstrução no caminho (coluna vertebral).

Desse entendimento surgiu a terapia crânio-sacro. Desenvolvida por osteopatas, a técnica parte do princípio de que o movimento crânio-sacral deve estar sempre presente e sem obstruções para que possamos nos manter saudáveis. Esse movimento possui função restauradora e serve como excelente medidor do equilíbrio corporal.
Inúmeras desordens são atribuídas à perda da pulsação crânio-sacral, como enxaquecas, distúrbios da ATM, casos de estresse físico e mental, dores crônicas, hiperatividade, disfunções neurológicas, depressão, disfunções viscerais, desequilíbrios hormonais, perda de visão e audição, dores nas costas, entre outros. A terapia crânio-sacral provou-se eficaz nesses casos.
Você já reparou que a cabeça de um bebê recém nascido é bem mais mole que a nossa? Eles têm a chamada moleira, que facilita a passagem pelo canal vaginal na hora do parto. Os terapeutas crânio-sacro dão atenção especial ao parto natural, por ser quando o crânio da criança se comprime e se dá então o início da pulsação crânio-sacral.

Baseado nesse entendimento, há a relação de que crianças que nascem de cesariana não passam pelo processo de “start” do movimento crânio-sacral, o que pode influenciar diretamente na saúde delas. Essa pulsação surge no feto e só se extingue na morte.

A técnica é feita através do contato sutil do terapeuta com as pontas dos dedos na cabeça e também no sacro. Ele percebe as restrições de movimento e busca recuperá-los em um contato íntimo e profundo com o paciente. A sensação durante essa terapia é muito confortante. Experimente.

Axé.