quarta-feira, 25 de junho de 2008
O poder das vísceras
Na Medicina Tradicional Chinesa, cada órgão é responsável por produzir e armazenar emoções primárias antagônicas. De acordo com o estado de saúde de cada estrutura visceral, tendemos a potencializar determinado sentimento ou a transformá-lo em seu oposto. Esse é o princípio taoista da alquimia interna.
Os rins armazenam o medo, que pode ser transformado em calma. No fígado, ficam a raiva e seus derivados: ciúme, inveja... Em um estado saudável, podemos transformá-las em perdão. O coração abriga o ódio e a paciência. No estômago está presente o par dicotômico insegurança / equilíbrio emocional. Nos pulmões, a tristeza e a coragem.
Essas informações são de grande valor para compreendermos que, através de cuidados com nossos órgãos, podemos tratar questões emocionais profundas. É possível até mesmo evitar o desenvolvimento de depressões, fibromialgias, angústias, síndromes do pânico etc.
Nossos órgãos e vísceras estão em trabalho constante, como trabalhadores de grande resistência que não tiram férias e praticamente não descansam. Apesar de serem capazes de aturar “maus tratos” de seu patrão por bastante tempo, as conseqüências se evidenciam nas emoções que afloram. Um órgão em desgaste tende a manifestar sua emoção ruim.
Seguindo essa lógica, podemos perceber o seguinte padrão: pessoas que bebem álcool ficam, em certo momento, mais irritadas, ciumentas e com dificuldade de perdoar; fumantes tendem a ser mais depressivos e desencorajados para certas atitudes; pessoas inseguras, com baixa auto-estima, se definem entre as que comem “porcarias” demais e as que quase não comem.
As associações são inúmeras, umas mais evidentes do que outras. A idéia de não sobrecarregar os órgãos em prol da estabilidade emocional é uma proposta real e verdadeira que pode ajudar muito as pessoas que se encontram em situações emocionalmente frágeis.
Os taoistas acreditam que questões emocionais mal resolvidas geram nós no intestino. Você já parou pra massagear sua barriga? Provavelmente sentirá pontos rígidos e mais sensíveis na região profunda. Os taoistas nos aconselham a massagear os pontos em volta do umbigo a cada vez que tivermos sonhos fortes - segundo eles, acharemos um nó pra desfazer antes de levantar.
Podemos ir além e reconhecer a capacidade dos órgãos e vísceras de, como imãs, nos atraírem a determinadas situações de acordo com a saúde que se encontram. Enfatizando a idéia de que somos responsáveis por tudo o que nos acontece, deixamos de lado a possibilidade do acaso.
Cuide bem dos seus orgãos e eles lhe recompensarão!
Axé.
terça-feira, 17 de junho de 2008
Download na cenoura!
Os
Hipócrates, o
Existe uma
Será
A
É uma
Mas, se você não está procurando mudanças profundas em sua vida, não tem problema.
Bom apetite.
Axé.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
A eterna luta para ficar de pé
Todos nós demoramos mais ou menos um ano para conseguir juntar nossas forças e ficar de pé pela primeira vez. A felicidade da conquista está expressa no rosto de cada bebê que realiza tal façanha. Mas a luta não termina por aí. Segue-se a dificuldade em nos mantermos de pé e adquirirmos uma boa postura nessa posição. O processo terapêutico chamado Rolfing® vem nos ajudar nesse desafio.
Nosso corpo é uma grande estrutura biomecânica com inúmeras partes sobrepostas – umas rígidas e outras moles – que, articuladas entre si, buscam alinhar-se sob a constante influência da força da gravidade. Nossa relação com a gravidade mais parece uma luta – e estamos perdendo feio essa briga.
Imagine um monte de ossos empilhados, presos uns aos outros por ligamentos. Nosso corpo é assim. Há também os músculos e seus tendões: uns mais internos, responsáveis por não desmontarmos, e outros mais externos que nos fazem mexer. Temos ainda, no interior do corpo, os órgãos, protegidos pelo esqueleto e pelos músculos, além dos vasos sanguíneos e dos nervos, que estão espalhados por toda parte.
O tecido conjuntivo conecta todas as estruturas acima citadas. É mais ou menos como se possuíssemos dois esqueletos: um ósseo – que anda sozinho em desenhos animados e filmes de terror – e outro fibroso – que dá forma ao corpo e aos músculos, sustenta os órgãos em seu lugar e exerce outras funções importantes.
Esse segundo esqueleto formado pelo tecido conjuntivo funciona como a “roupa” do corpo. Uma pessoa que tem uma má postura carrega grandes tensões que, pouco a pouco, vão deformando-na. É como se estivesse usando uma roupa dois números menor, e de um tecido que não rasga fácil.
Através da manipulação do tecido conjuntivo, principalmente a Fáscia, conseguimos remodelar o corpo, distribuir melhor as tensões e realinhar nossas estruturas em relação à gravidade. Recuperamos, assim, o tamanho original da nossa “roupa” corporal.
“O ser humano ainda está no processo de chegar à postura bípede”, disse a norte-americana Ida Rolf, PhD em Bioquímica e criadora da técnica Rolfing® – Integração Estrutural, surgida em meados do séc. XX. Através de uma série de dez sessões de manipulação profunda das fáscias corporais, Rolf desenvolveu a possibilidade de adequar o ser humano à sua postura corporal ideal.
Quando nos desalinhamos com a força da gravidade, ficar em pé vira um esforço muito grande. Ela só nos dá trégua quando estamos deitados ou dentro d’água. Fruto desse esforço e de questões emocionais, começamos a acumular tensões na musculatura. As dores são inevitáveis e o gasto de energia aumenta. Quanto mais esforço fazemos, mais desalinhados ficamos, e assim sucessivamente.
Tudo pode dar errado numa estrutura que gasta mais energia do que é necessário. A sensação de cansaço é comum, mesmo sem muito esforço físico. Lesões começam a surgir, o sono fica perturbado, a respiração não rende. Trata-se de um processo generalizado de descompensação.
A técnica do Rolfing® tem o objetivo de remodelar nossas tensões, liberando as emoções e reestruturando nosso corpo. Ao fim de cada sessão, temos a sensação de estar mais leve, de ter se livrado de um grande peso que carregávamos sem necessidade.
O resultado do tratamento se evidencia através de fotos antes e depois. É como se fôssemos uma escultura de barro seco, que o terapeuta remodela com mãos molhadas. Alinhada, nossa postura cresce em elegância e harmonia. Passamos, então, a jogar a favor da gravidade!
Axé.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Por um corpo sem cáries
Escovar os dentes é a única atitude preventiva em relação à saúde que realmente funciona nos dias de hoje. Aprendemos a cuidar da boca para evitar a temida dor de dentes. Será que poderíamos fazer o mesmo pela dor nas costas, por exemplo?
Quando comecei a atender em meu consultório, constatei que a maioria dos pacientes mantinha um padrão de vida que danificava o corpo, independentemente da regularidade em que exerciam atividades físicas. Ficou claro que todos precisavam de uma compensação periódica ao padrão de vida estabelecido.
Uma atitude preventiva que funciona para a saúde do nosso corpo é alongá-lo duas vezes por dia – ao acordar e antes de dormir – para neutralizar as tensões do cotidiano. Assim, ficamos mais aptos a nos movimentar, com articulações mais livres, músculos ativos e respiração expandida. É uma forma de evitarmos carregar para amanhã as mazelas de hoje.
Passei então a prescrever séries de posições simples de alongamento associado à respiração, que duram entre 15 e 30 minutos e devem ser feitas diariamente. Uma medida preventiva simples e sem custos, que pode ser realizada em qualquer lugar que tenha um chão livre e um pouco de paz.
Nosso corpo pede esse momento, sempre. O ato de espreguiçar é um micro-alongamento que sentimos vontade de fazer ao acordar. Atente para os gatos e cachorros: eles têm um espreguiçar mais longo que o nosso, e o fazem com muito mais freqüência.
Mas logo me frustrei ao perceber que meus pacientes não tinham disciplina para assumir a responsabilidade de sair sozinhos de sua condição. Sempre alegavam falta de tempo e dificuldade para integrar ao cotidiano um hábito tão distante de sua realidade.
Desapontado, quase me convenci de que o homem moderno só funcionaria com medidas remediadoras para um mal já estabelecido. Foi quando me dei conta de que todos já têm incorporado pelo menos um hábito preventivo que realizam sozinhos de uma a três vezes por dia: escovar os dentes.
Foi o argumento que precisava: se você escova os dentes pelo menos duas vezes por dia para não ter dor de dentes, é coerente pensar em se alongar regularmente para não ter dores no corpo.
Meus pacientes vestiram a carapuça e perceberam a necessidade de incorporar esse hábito ao seu cotidiano e agora já estão "escovando o corpo" pelo menos uma vez por dia. Resultado: estão todos sorrindo de orelha a orelha e sem cáries pelo corpo!
Peça a um profissional da área para lhe prescrever uma série de alongamento de acordo com suas necessidades e limitações. Incorpore-a em seu cotidiano. Afinal, de nada adianta ter uma boca linda e saudável se uma insuportável dor nas costas lhe impedir de sorrir.
Axé